REBELE-SE 25/07/09
Atualmente podemos perceber que a grande maioria das músicas que circulam no Brasil, tratam de apenas dois assuntos: farra e amorzinho. O que é uma pena, pois a variedade musical do nosso país é enorme e está sendo desperdiçada.
Vejamos por exemplo o que aconteceu com o samba. Há alguns anos atrás os sambistas faziam músicas que falavam de diversos temas, tais como a opressão sofrida pelo povo que mora nas favelas, o carnaval, rodas de samba, desencontro amorosos, entre outros. Mas hoje em dia aqueles que dizem cantar samba,mas cantam pagode romântico, só falam do mesmo assunto: amorzinho e relacionamentos desfeitos. O que para mim é uma lástima, pois o samba é um ritmo riquíssimo e que interpreta a vida de uma maneira belíssima. Vejam por exemplo, algumas composições como Filosofia do Samba de Candeia e Timoneiro de Paulinho da Viola.
Outro ritmo muito massa, mas que está na mesma onda que o samba é o reggae. A maioria dos compositores de reggae falavam em suas canções da opressão imposta pelo capitalismo aos mais pobres, falavam também das coisas da natureza, de um estilo de vida mais harmônico. Só que, hoje em dia, a coisa mudou. Já percebemos que alguns cantores e compositores de reggae estão produzindo músicas que só falam de relacionamentos, chega a enjoar! Ninguém agüenta amorzinho o tempo todo!
A música sertaneja também ficou melosa. Antes, por meio do chamado sertanejo de raiz, os compositores desse gênero produziam músicas que falavam sobre a vida do homem no campo, sobre a ligação deste com a natureza, contavam causos, falavam de amor, mas não falavam
apenas disto em suas músicas, como está ocorrendo com o tal sertanejo universitário.
O forró também está indo na mesma onda, muitas bandas que dizem fazer forró, na verdade tocam músicas feitas com instrumentos que não tem nada a ver com esse ritmo e só falam de pegação, farra, curtição.
Tenho certeza que isto está ocorrendo com a música brasileira, por que as grandes gravadoras induzem o público a gostar de músicas românticas e músicas de farra (para venderem mais cd’s), obrigando todos a ouvirem sempre a mesma coisa. Tenho a impressão de que as músicas são as mesmas, só muda um pouco o ritmo. Com toda essa dominação da industrial cultural, onde fica o espaço para a criatividade dos músicos e para as manifestações musicais que estão fora dos padrões colocados pelos poderosos das gravadoras?
Esse tipo de muisca é a muisca que só rola na midia de massa, pesquise outros sons, tem muita banda underground ou independente que faz musica boa...uma delas é o imborná da véia
ResponderExcluirRealmente Fabio, não especifiquei que esse tipo de música que eu citei toca mais nas rádios comerciais. Por isso eu aposto nas rádios comunitárias, tipo a que eu trabalho , a Utopia fm, lá a gente toca de tudo mesmo.
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