Dentro da Psicologia existem diversas abordagens, entre elas uma chamada Gestalt, que é a minha preferida. Esta vertente psicológica vê o homem como um todo integrado que possui muitas potencialidades de ser e que está em constante movimento.
Segundo Perls (1973) a Gestalt é uma palavra alemã sem tradução para outros idiomas que significa forma, configuração. Esta teoria emergiu nos anos 50 e 60, tem como foco a ação criativa e propõe a recuperação dos sentidos em detrimento ao excessivo uso da razão, Ribeiro e Alvim (2009).
A Gestal-terapia compreende que os homens percebem as coisas isoladamente, mas as organizam em um todo significativo, onde geralmente há um objeto que se destaca, este é o processo de figura-fundo.
Como por exemplo nessas imagens, em que focalizamos nossa atenção cada momento em uma parte da imagem e acabamos percebendo figuras diferentes.
Existem na Gestalt alguns conceitos que esclarecem muitos aspectos das vivências humanas. Como por exemplo, o de campo. Os teóricos gestaltistas pegaram emprestado esse conceito da física e o colocam como o lugar em que as coisas acontecem e em que contexto elas ocorrem.
Essa teoria tem uma visão holística de ser humano, ou seja, o compreende como um todo. E este todo está em constante contato com tudo ao seu redor, em um contínuo movimento de transformação e renovação. Percebemos que a natureza está em constante transformação, como somos parte dela é natural que também estejamos e que fiquemos doentes (como ocorre, por exemplo, com os que tem trastornos obsessivos) quando nos fixamos, quando paramos de fluir.
A autonomia, a assunção de responsabilidade é algo muito presente nos escritos dos gestaltistas. Estes também destacam o conceito de auto-regulação organísmica, que é o movimento que o organismo faz para manter o equilíbrio, a homeostase.
Conhecer um pouco mais a Gestalt faz com que a gente consequentemente se conheça um pouco mais, pois esta teoria elucida elementos da realidade de maneira que podemos compreender um pouco mais as nossas percepções e a nós mesmos como um todo.
Imagens
Salvador Dali
vladimir kush
Referências
ALVIM, M, B. RIBEIRO, J, P. O lugar da experiment-ação no trabalho clínico em Gestalt-terapia. Estudos e Pesquisas em Psicologia, UERJ, RJ, Ano 9, N.1, p. 37-58, 1o Semestre de 2009
PERLS, F. Fundamentos Em A abordagem Gestáltica e Testemunha Ocular da Terapia. 2ª Ed. Rio de Janeiro: LTC,1973. P. 17 a 31.
Referências